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Violência, Desespero e Jovens Homens

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    psificando
  • 20 de set.
  • 13 min de leitura

Texto de Michael Meade

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O pano de fundo da violência e os ritos de passagem esquecidos


O pano de fundo para o aumento da violência que agora acontece no mundo envolve a sensação de que a ordem natural das coisas está se desfazendo, à medida que enchentes e secas se intensificam e ecossistemas inteiros colapsam. Ao mesmo tempo, crises de guerras brutais, violência política e incerteza econômica se precipitam sobre nós tão rapidamente que não conseguimos nos recuperar de uma antes que a próxima nos atinja.


As condições radicais do mundo moderno nos colocam cada vez mais em encruzilhadas críticas que opõem cultura e natureza, culturas entre si e pessoas dentro de uma mesma cultura umas contra as outras.


À medida que o tecido da civilização parece se desgastar e o véu da realidade se levantar, todos ficamos mais expostos à tensão subjacente dos opostos, que pode se tornar tanto uma tensão criativa que leva à renovação quanto um cego senso de polarização que nos lança numa longa escuridão.

Talvez por ser considerada a nação líder do mundo, os Estados Unidos se veem cada vez mais na linha de frente das convulsões culturais, da polarização política e da violência crescente, que inclui tiroteios em massa e assassinatos políticos. É uma triste e trágica verdade que assassinatos públicos e tiroteios em massa se tornaram quase uma ocorrência diária, que neste ponto não parecem caminhar em direção a uma solução humana, mas sim gerar mais violência.


A recente tragédia de um ativista político morto a tiros por um jovem de 22 anos, embora descrita como um assassinato político, também pode ser vista como parte da tragédia maior de jovens homens encenando a violência cultural.

Pesquisas atuais mostram que tiroteios públicos são esmagadoramente cometidos por homens cujas idades se concentram em dois períodos-chave da vida: ataques em locais de trabalho geralmente por homens de meia-idade; já os tiroteios em escolas e outras tragédias públicas tipicamente envolvem perpetradores no fim da adolescência ou início dos 20 anos. É significativo notar que esses dois grupos de idade também apresentam taxas mais altas de suicídio, em grande parte com armas de fogo.


Para mim, é importante notar também que esses dois períodos — a chamada crise da meia-idade e as inevitáveis crises da juventude — eram vistos por culturas tradicionais como épocas que requeriam ritos de passagem. Em especial, até tempos modernos, a maioria das culturas no mundo considerava que os jovens precisavam ser convidados e acolhidos na sociedade humana, ao mesmo tempo em que recebiam ajuda para despertar os dons e significados já existentes em suas próprias almas. As práticas de sabedoria associadas aos ritos de passagem juvenis incluíam trazer atenção e cura às feridas que inevitavelmente ocorrem cedo na vida.


As sociedades de massa modernas tendem a carecer de ritos de passagem significativos que poderiam revelar tanto os dons quanto as feridas dos jovens e, em vez disso, literalmente os deixam por conta própria — e com armas letais ao alcance das mãos.


Isolamento, radicalização e feridas da juventude


Embora as causas e motivações específicas para os tiroteios cometidos por jovens sejam complexas, existem padrões familiares na trajetória que leva a agir violentamente.

Sair das confusões da adolescência sem encontrar o próprio lugar no mundo pode levar facilmente ao isolamento e à depressão — o que torna os jovens particularmente vulneráveis a serem radicalizados por ideias e imagens violentas, hoje oferecidas de forma interminável online.


Embora não exista um único perfil para quem se torna atirador público ou em massa, pesquisas mostram uma combinação de fatores que aumentam claramente o risco de comportamento violento:


  • um histórico de abuso físico, emocional ou sexual, ou mesmo negligência parental;

  • sentimentos de rejeição, bullying ou ostracismo pelos pares.


Em outras palavras, em vez de despertar para seus dons internos e potenciais naturais, o jovem é tomado por sentimentos de inadequação física, rejeição amorosa ou vergonha profunda, derivados de experiências precoces.

As pesquisas também indicam que frequentemente existe um forte senso de ressentimento, nascido do abismo entre a vida que realmente levam e a vida que acreditam que deveriam ter. Isso pode gerar fantasias de poder ilimitado e grandeza, além de um desejo intenso de admiração — elementos encontrados como fios comuns entre perpetradores de violência.


Os manifestos de jovens atiradores oferecem evidência de que sua sensação de isolamento e suas visões violentas ocupam gradualmente cada vez mais espaço em seu mundo mental e emocional. Como colocou um pesquisador, quando somadas à baixa autoestima, à ansiedade excessiva, às perspectivas sombrias de vida e, sobretudo, a uma ligação social muito deficiente com outras pessoas, essas visões violentas se tornam cada vez mais fortes.

Enquanto isso, meninos e jovens muitas vezes aprendem que a atitude socialmente aceitável não é ser vulnerável e sensível, mas sim duro, machão e agressivo. Isso pode levar a tentativas de recuperar o controle por meio do que enxergam como uma “solução masculina”.


Após um período de frustração intensa, a polarização interna da juventude pode resultar, de um lado, em um senso de si colapsado e, de outro, em um desejo crescente de fama e notoriedade pública.

De forma trágica, a cobertura sensacionalista da mídia sobre atiradores anteriores fornece um modelo distorcido de validação para potenciais novos atiradores.

Criminologistas que estudam as histórias de atiradores em massa e os entrevistam décadas depois frequentemente descobrem que aqueles que cometeram ataques atrozes na adolescência ou no início dos 20 anos nem sequer reconhecem a pessoa que foram.

Muitos descrevem uma sensação de desconexão de seus “eus assassinos” da juventude. Esse tipo de dissociação interna pode ser visto como ligado às lacunas crescentes no processo de socialização.


Masculinidade, violência e a ausência de iniciações


Não estou tentando desculpar ou justificar atos trágicos e devastadores de violência e assassinato. Pelo contrário, procuro ir além das conversas políticas e mais fundo do que as típicas condenações e acusações, que censuram os atos mas falham em esclarecer por que se tornaram tão comuns — especialmente nos Estados Unidos, tantas vezes vistos como o país mais rico e poderoso do mundo.


Em outras palavras, para entender aquilo que cada vez mais nos ameaça e nos fragmenta, precisamos olhar para os lados sombrios do poder, do materialismo e da riqueza, assim como para a tendência de fingir que a juventude é apenas uma fase que passará por si só.


As culturas modernas carecem de clareza e de compreensão em relação a questões como homens e violência. Termos como “masculinidade tóxica” apontam apenas para uma parte do problema, mas dificilmente conduzem ao tipo de entendimento e de cura necessários para temperar as emoções extremas e os ressentimentos profundos que levam à violência e brutalidade públicas.


Sempre houve um problema entre homens e violência, um problema que surge e se intensifica sobretudo na juventude. Pois existe uma volatilidade interior que não pode simplesmente ser negada ou ignorada sem consequências. Ignorá-la pode tornar os jovens tanto autodestrutivos quanto perigosos para os outros, sem que sejam capazes de se tornar eles mesmos em plenitude.


Muitas culturas tradicionais desenvolveram iniciações ou ritos de passagem justamente para provocar, conter e engajar as energias selvagens da juventude e o impulso temerário de lutar tanto com a vida quanto com a morte.


Por exemplo, os antigos irlandeses tinham um ditado:

Você não dá a um homem (ou neste caso, a um jovem) uma arma antes de ensiná-lo a dançar.

As armas têm uma ligação inegável com a violência e a morte, especialmente as modernas, feitas para causar mortes em massa. Por outro lado, aprender a dançar é uma referência ao oposto da morte: é o convite a mergulhar mais fundo na essência da vida — aquilo que os nativos americanos poderiam chamar de “entrar na grande dança da vida”.


O calor interior da juventude (latima)


Querendo ou não, os jovens tendem a manifestar, expressar e até encenar os sintomas psicológicos e emocionais da cultura em que precisam crescer. Se os rapazes não são plenamente convidados à vida cultural e não recebem um genuíno senso de significado e propósito para suas vidas, algo volátil dentro deles pode começar a derivar para as áreas mais escuras da psique e, no mundo moderno, para as partes mais sombrias da internet.


Qualquer pessoa — mas especialmente jovens homens — que tenha acesso a armas letais sem antes encontrar uma forma de valorizar a própria vida se torna quase automaticamente um perigo para si mesmo e para todos os demais. E parece-me que, nesse grupo, também devemos incluir aqueles que parecem adultos crescidos, mas que demonstram emoções descontroladas e atitudes imaturas, mais características da adolescência do que da maturidade. Basta pensar em certos líderes políticos, influenciadores e ícones culturais que, apesar de parecerem plenamente adultos, continuam a manifestar profundas inseguranças e questões psicológicas que contribuem para a volatilidade e os perigos iminentes que marcam a cultura contemporânea.


É característico da cultura moderna sentir-se perdida, porque tanto se perdeu e se esqueceu daquilo que antes servia como guia para encontrar e sustentar a unidade cultural, em vez de simplesmente sucumbir e investir em divisões sociais.

Há uma antiga compreensão que afirma: “O que não pode ser dito claramente corre o risco de não ser conhecido.” Parte do que deixou de ser conhecido é o fato de que os jovens são naturalmente voláteis, profundamente inseguros e podem se sentir completamente perdidos até que sejam ajudados a encontrar uma conexão significativa com aquilo que é único, valioso e verdadeiramente potencial dentro deles.


Culturas tradicionais, apesar de suas falhas, muitas vezes compreendiam que métodos artísticos precisavam ser desenvolvidos para conter e moldar as emoções brutas e as energias voláteis características da juventude.


O povo Gisu, de Uganda, tem um termo que descreve e em parte explica o espírito animado, porém instável, encontrado tipicamente nos jovens. Esse termo é latima, que se refere a um calor interior que se intensifica durante o que chamamos de adolescência.

Esse latima é a força do calor interno e das emoções fortes. Pode ser visto também como uma força agressiva interior, de tom masculino e natureza eruptiva. Não significa que esse calor e essa volatilidade existam apenas nos homens jovens, mas quando aparecem, são percebidos como tendo um tom masculino.


As descrições de latima retratam uma emoção ígnea e uma energia interior que são fonte de agressividade e impulsividade, podendo dar origem à competição implacável e até à brutalidade crua.


Contudo, a mesma substância e energia interiores também podem ser fonte de verdadeira individualidade, de elevados princípios éticos e da coragem para proteger os outros e sustentar os ideais significativos da sociedade.


Por sua natureza, o latima é ambivalente. Pode provocar conflitos internos numa pessoa e contradições que podem ser encenadas inconscientemente. E parece que esse mesmo jogo de forças opostas pode ser observado quando sociedades humanas encenam emoções brutas e contradições internas não enfrentadas.


Encarar o latima : da violência interior à coragem


A ideia de latima aponta para o fato de que algo vital precisa ser enfrentado conscientemente, a fim de que os sintomas interiores de emoções intensas e potencial violência sejam reconhecidos e possam ser transformados em fontes de vida — em vez de causarem destruição ou morte.


Latima também indica que há uma forma de “aquecimento da alma” envolvida na transformação que leva alguém a se tornar verdadeiramente humano. Essa ideia de calor interno aparece tanto na alquimia quanto na psicologia profunda: a noção de que uma energia ardente interior precisa ser trazida à consciência e trabalhada, em vez de simplesmente ser suprimida ou negada.


Se o calor e a intensidade do latima não forem reconhecidos, a pessoa pode se tornar dominada por esses impulsos, levando a ações autodestrutivas ou violentas. Mas, quando esse mesmo calor é trabalhado, pode dar origem a qualidades como:


  • Idealismo — o desejo de viver por algo maior do que si mesmo.

  • Coragem — a capacidade de enfrentar perigos ou sacrifícios em nome do que tem valor.

  • Proteção — a energia voltada a cuidar dos outros e da comunidade.

  • Unidade — um vínculo mais profundo com a vida cultural, em oposição à fragmentação.

Assim, o latima mostra tanto o perigo quanto a promessa que a juventude carrega: é a energia que pode destruir, mas também a energia que pode curar, unir e dar sentido.

É por isso que culturas tradicionais, com seus ritos de passagem, criavam contextos nos quais esse calor juvenil pudesse ser reconhecido, nomeado e direcionado, em vez de se perder em impulsos cegos ou ser manipulado por forças externas.


A ausência de ritos e a crise dos jovens


No mundo contemporâneo, esse tipo de transformação raramente é oferecido aos jovens. Ao contrário, eles muitas vezes ficam sem linguagem, sem contexto e sem rituais que poderiam ajudá-los a compreender as forças interiores que os atravessam e a direcionar suas intensidades de forma criativa.


Em vez de iniciações significativas, que poderiam fornecer propósito e pertencimento, os jovens acabam se deparando com:


  • Adoção de papéis sociais superficiais, sem profundidade simbólica.

  • Exposição precoce a armas, violência e pornografia, que distorcem a relação com a vida, a morte e a sexualidade.

  • Ambientes culturais fragmentados, nos quais falta orientação de anciãos ou comunidades enraizadas.

  • Redes sociais e espaços digitais que oferecem uma “iniciação sombria”, moldando seus impulsos em direção ao ressentimento, à alienação e ao extremismo.


Dessa forma, a energia do latima não encontra um recipiente simbólico ou um ritual que a transforme. Ela se acumula e se descarrega de maneira caótica, seja em autodestruição, seja em violência contra os outros.


As consequências disso não se limitam apenas aos jovens homens. Quando a juventude de uma cultura não encontra meios criativos e significativos para se tornar ela mesma, toda a sociedade sofre as repercussões dessa perda de vitalidade e desse aumento de destrutividade.


É por isso que, historicamente, comunidades desenvolveram práticas rituais: para conter e dar forma a essas energias selvagens, transformando-as em coragem, senso de dever e compromisso com a vida coletiva.


 O aquecimento da alma e da cultura


O latima lembra que certas forças da vida — especialmente as ligadas à juventude e à masculinidade — não podem simplesmente ser ignoradas, suprimidas ou descartadas. Elas precisam ser aquecidas, trabalhadas e transformadas para que se tornem fontes de vitalidade, em vez de permanecerem como impulsos destrutivos.


Essa ideia ecoa na alquimia e na psicologia profunda: a noção de que a alma precisa de calor para se tornar consciente. O fogo interno, quando reconhecido, pode acelerar o crescimento da psique, ajudando a pessoa a se tornar mais inteira e mais próxima de seu verdadeiro self.


O mesmo vale para culturas inteiras: quando não há calor, paixão ou imaginação coletiva, a sociedade esfria, endurece e se fragmenta. Mas quando há aquecimento, a criatividade retorna, os vínculos se fortalecem e o sentido de pertencimento se renova.

Assim, o desafio não é extinguir o fogo da juventude, mas alimentá-lo com significado, para que se converta em:


  • criatividade em vez de destruição,

  • coragem em vez de violência,

  • unidade em vez de alienação.


Em certo sentido, cada geração precisa “reacender o fogo” — tanto dentro dos jovens quanto dentro da própria cultura — se quiser sobreviver e florescer.


Imaginação, arte e mito como fogo transformador


O aquecimento interior necessário para a transformação não pode vir apenas de argumentos racionais ou de regras externas. O que realmente aquece a alma é a imaginação viva, a experiência estética, o contato com histórias e símbolos que ressoam profundamente no inconsciente.


Por isso, muitas culturas criaram rituais, canções, danças, mitos e narrativas épicas. Esses elementos funcionavam como fogueiras simbólicas em torno das quais os jovens podiam se reunir para sentir, expressar e dar forma às intensidades interiores.


É pela arte, pelo mito e pela imaginação compartilhada que uma comunidade pode conter e moldar a energia bruta, em vez de deixar que ela exploda de forma destrutiva.


No mundo moderno, porém, grande parte desse espaço simbólico foi perdido ou enfraquecido. A racionalidade e o materialismo ocuparam o lugar dos rituais e mitos, deixando os jovens muitas vezes sem linguagem ou imagens internas para compreenderem o que vivem.


Assim, enquanto armas e tecnologias proliferam, a alma cultural se esfria. O fogo simbólico não é mais alimentado, e os jovens acabam buscando calor em substitutos que muitas vezes são perigosos ou destrutivos.


A tarefa, então, não é apenas denunciar a violência ou culpar a juventude, mas reacender o fogo cultural: oferecer histórias, símbolos e experiências que devolvam à vida coletiva a capacidade de conter e transformar o latima.


O perigo de negar o fogo interior


Quando as questões vitais e os dilemas ardentes de uma cultura são negados, evitados ou simplesmente projetados em “outros”, as forças emocionais e psíquicas não permanecem neutras. Elas se movem quase automaticamente para divisões perigosas e energias eruptivas que podem colocar a própria vida em risco.


O velho provérbio africano, muitas vezes reduzido à frase “é preciso uma aldeia para criar uma criança”, traz uma continuação menos lembrada:


“Quando as energias eruptivas da juventude não são aceitas e guiadas, elas se voltam contra a própria aldeia que tentou criá-las.”

Esse entendimento antigo mostra que, se os conflitos interiores inevitáveis da juventude não são enfrentados e trabalhados, os jovens permanecem instáveis e incapazes de lidar com os obstáculos e crises que virão ao longo da vida.


No mundo moderno, essa instabilidade aparece como violência pública, polarização política, divisões sociais e a radicalização de jovens que não encontram lugar. Ao invés de espaços de iniciação e orientação, eles encontram ideologias fixas, debates polarizados e armas ao alcance da mão.

A verdadeira solução não está em partidos, crenças cegas ou em culpar o outro, mas em recuperar caminhos mais profundos de sabedoria, unidade e iniciação simbólica, que devolvam propósito e contenham as energias perigosas.


A ideia antiga da volatilidade juvenil e da confusão interior não é apenas uma experiência comum, mas sim arquetípica, significando que existe de alguma forma na psique de cada pessoa. Ao mesmo tempo, cada arquétipo envolve um par essencial, e o outro lado do arquétipo da juventude interior envolve a presença do ancião sábio.


A essência desse arquétipo envolve a juventude eterna, que carrega o sonho interior da vida de cada pessoa, e o velho sábio, que continuamente tenta despertar nas profundezas do coração de cada indivíduo.


A compreensão psicológica mais profunda de todos os problemas e questões atuais manifestados pela juventude moderna — desde o aumento do isolamento e o sentimento de estar perdido em um mundo que pode parecer sem sentido, até a volatilidade e a provocação que podem levar um jovem a mirar em outros — pode ser conectada à falta de sabedoria e à perda de ideais que pertencem ao outro lado do arquétipo.


Ou seja, o ancião despertado em uma pessoa, que reconhece e valoriza profundamente a presença da juventude, pode encontrar maneiras hábeis e inclusivas de trazer os dons da juventude e usar suas capacidades naturais de invenção e criação para encontrar continuamente lugares de unidade que sirvam como bênção para pessoas de todas as idades.


Juventude, ancião e transição de eras


O arquétipo da juventude e do ancião pode ser estendido para incluir a consciência de estar no fim de uma era ou ciclo, ao mesmo tempo em que se aproxima do início da próxima era ou ciclo, que inevitavelmente surge após o fim do mundo como o conhecíamos.


Embora em grande parte tenha sido esquecido com a ascensão do materialismo e a névoa da modernidade, é a juventude eterna que carrega o sonho interminavelmente renovável da vida, capaz de revitalizar a comunidade humana.


E é o profundo senso de sabedoria e resiliência da alma do ancião, que secretamente habita cada ser, que permitiu à humanidade sobreviver (e até prosperar) precisamente nos tempos de escuridão, quando parecia que tudo o que reverenciamos e tudo o que sustenta a alegria e o encanto da vida poderia ser perdido na escuridão.


Visto pela perspectiva antiga da juventude eterna sendo convidada a mergulhar mais profundamente na vida e do despertar da sabedoria herdada do sábio que habita em nossas próprias almas, esses tempos, que podem parecer tão cheios de escuridão e tragédia, são também os momentos precisos nos quais nossas almas podem despertar mais plenamente.


E sem que ninguém precise ser heróico ou assumir o comando, podemos ajudar uns aos outros a reencontrar os antigos caminhos que levam à cura, à unidade e aos modos essenciais de renovar a vida.


Conclusão: esperança, integração e renovação


Visto pela perspectiva da juventude eterna sendo convidada mais profundamente à vida, e do despertar da sabedoria do ancião que habita nas profundezas de nossas almas, mesmo tempos que parecem cheios de escuridão e tragédia são justamente os momentos nos quais nossas almas podem despertar mais plenamente.


E sem que ninguém precise ser heróico ou assumir o comando, podemos ajudar e apoiar uns aos outros a reencontrar os antigos caminhos que levam à cura, à unidade e aos modos essenciais de renovar a vida.


Mesmo diante de crises, divisões e violência, a chave para atravessar essas dificuldades está na combinação de:


  • Energia juvenil e paixão interior (latima),

  • Sabedoria e discernimento do ancião interior,

  • Rituais, mitos e práticas simbólicas que guiam e transformam,

  • Apoio mútuo entre indivíduos e comunidades,


Tudo isso junto permite renovar a vida, restaurar a unidade cultural e permitir que tanto os jovens quanto os adultos encontrem significado, propósito e uma conexão mais profunda com a própria humanidade.

 
 
 

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