O Perigoso homem de sal
- psificando
- 3 de fev.
- 2 min de leitura
Atualizado: 12 de fev.

Uma das laureadas qualidades dos homens ao longo da história é sua força bruta, o homem é exaltado e identificado com a força, potência, virilidade, e grandiosidade, não coincidentemente o super homem é o mais forte, peito de aço, corpo escultural, eterno jovem e praticamente indestrutível, essa construção na fantasia se extravasa na realidade a todo momento, aquilo que é introjetado e simbolizado no corpo masculino fala sobre todos nós, como um tanque de guerras que esconde de baixo de sua carapaça uma enorme quantidade de medos e inseguranças.
Olhar para dentro é buscar o que é real, e olhar para o real é desmantelar toda uma casa de cartas que se embasava em uma grande falácia, numa fantasia, em um delírio coletivo pois eu sou homem e eu sei o quanto eu sofro, sofri e sofrerei enquanto eu respiro na medida que acredito que não deveria estar sofrendo!
À partir do momento que o sofrimento atinge meu centro me vejo inteiro capaz de assumir, eu sou homem! Não sou Deus!
Eu sou homem não sou o que tenho nem o que devo ao mundo!
Eu sou homem, sou o que sou, fruto da história que carrego de dor!
Eu sou homem, grito e choro, lamento que não consiga me ver.
Pois sou seu espelho mulher, estamos sozinhos no mundo, quem é que vai me proteger?
Vivemos a vida de heróis, mortos nas guerras de baixo das solas dos reis.
Reis que se escondem em suas muralhas, suas prisões que os protegem da vida viceral!
Lideres ludibriados por seu povo inebriado se alimentam uns dos outros.
E todos acreditam que todos podemos prosperar,
'A culpa é toda minha que não sou super herói.'
Eu sou apenas homem.
Apenas mais um de mais de 8 bilhões de seres que vagam por esse planeta, confundindo sobreviver com viver, prosperidade com batalha, amor com poder, dor com prazer. Voltados uns contra os outros numa fraternidade cega onde meu maior inimigo defende minha própria causa, onde bombardeamos casas de cães feridos e países falidos para mantermos nossa fachada de heróis.
A força de um homem real para tanques de guerra, o homem real contra a brutalidade de si mesmo contra a própria pele.
Indivíduo versus Estado; resistência pacífica versus violência do Estado; homem versus máquina; força interior do indivíduo versus impotência da máquina poderosa... (Slavoj Žižek)
Caso ainda uma gota de dúvida paire sobre sua pele eu lhe digo.
Minha nudez revela muito mais sobre você do que sobre mim.



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