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Entre Fantasias e Realidades: Homens, Mulheres e a Busca pela Autenticidade

  • Foto do escritor: psificando
    psificando
  • 15 de mai. de 2024
  • 4 min de leitura

Atualizado: 23 de mai. de 2024




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Qual a expectativa das mulheres sobre os homens?

Os homens não querem se relacionar por que são fracos, ou sentem-se enfraquecidos?

Ou são as mulheres que não querem mais se relacionar com os homens para não se frustrarem?

Todo homem é mesmo um estuprador em potencial?


São algumas das perguntas que me levaram a perceber depois de muito sofrimento que a expectativa e a demanda que as mulheres tem sobre muitos homens é irreal, assim como as expectativas dos homens sobre as mulheres muitas vezes foi visando interesses egoístas e infantis, de uma mania de grandeza de ambas as partes, demandas uns sobre os outros, e pior ainda, sobre si mesmos, e que tudo isso é muitas vezes uma grande fantasia do ser humano.


Mas toda fantasia é para a mente uma grande verdade disfarçada, se repete tantas e tantas vezes que esquecemos de onde surgiu e qual a idéia ou ideal que estão por baixo disso tudo, um pensamento repetido mil vezes torna-se verdade, somos manipulados por nossas fantasias até nos vermos sem saída, a não ser submergir.


Se não podemos fugir de nós mesmos, como lidar com nossas fantasias?


A coisa que mais comumente fazemos é simplesmente aceitar as fantasias como meras fantasias, então elas tomam forma de uma maneira transvestida de realidade onde qualquer história torna-se a nossa história, tomam um tom pessoal de uma realidade imediata, assim tornam-se verdades que moldam nossa psique e assim somos esmagados pela “realidade dos fatos” , passamos a acreditar que “homem é isso e mulher é aquilo", que "eu devo fazer isso e aquilo outro" que sempre acreditei ser o correto sem nunca contestar e ver onde isso leva, acabamos por repetir a história, como uma vitrola que repete sempre a mesma música, nossos discos tocam as fantasias do passado, o que inevitavelmente levará aos mesmos resultados que sempre levou, o mesmo ritmo a mesma música;


Um caminho "novo" seria levar a imaginação a sério e estar consciente da importância deste trabalho, de estar atento a tudo que surge á partir de nossa. fantasia, esse é um caminho um tanto tortuoso e difícil de se seguir sem uma boa dose de coragem, é realmente um trabalho de investigação de si através de imagens e cenários que adquirem vida própria.


Para isso é importante ter algumas ferramentas a mãos, ou alguém que já passou por algumas dessas experiências, que mergulhou em suas fantasias e saiu do outro lado com outras respostas não tanto convencionais e encapsuladas em frases feitas, outras realizações, experiências que são vividas para dentro. Já dizia Jung “Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro acorda”.


Precisamos de uma âncora na realidade, nossas estruturas precisam estar firmes para não nos afogarmos, para não nos perdermos, pois as fantasias podem facilmente nos dominar, então quando isso acontecer, ter alguém para te relembrar aspectos seus fundamentais se torna algo vital.


Modelos de sociedade foram construídos ao longo de milhares de anos, deixando marcas profundas na psique humana, como meteoros que esculpiram a face da lua, seus valores chegaram até nós pela contação de histórias e pela escrita, fomos assim trazendo sentido a nossa experiência como seres humanos, porém valores se tornam dogmas e verdades cristalizadas, sem vida, que não fazem o menor sentido sem a experiência, pois é a vivência aliada ao ensinamento que nos transforma, não apenas a história pela regra, mas a regra através da história de cada indivíduo.


Algumas vivências são externas, mas muitas delas são internas e na grande maioria das vezes deixamos passar em branco, não notamos, não damos valor a elas, e com isso estamos perdendo metade da experiência, é através das fantasias que percebemos onde os valores antigos, se chocam com o mundo externo e é através das imagens que surgem em nossos sonhos que podemos muitas vezes perceber onde estamos incoerentes com o mundo ou consigo mesmos.


Não pretendo responder todas as perguntas feitas no início, por que as respostas precisam ser experienciadas, mas o que eu uso de bússola quando me perco na fantasia é essa pergunta:


Será que busco nos outros a mesma intensidade de exigências que lanço sobre mim, como um espelho que reflete minhas próprias expectativas?


A demanda sobre si mesmos para sermos aceitos, homem e mulher, em um mundo patriarcal nos distanciou de nossa humanidade, de nossa feminilidade e da compaixão para com o princípio feminino, nos distanciou de nossa parte mais humana, mais terrena e paradoxalmente mais sombria, pois a luz foi posta no homem, não fosse jamais saberíamos que sabemos que não sabemos nada.


Ainda vemos um homem como fraco se ele chora ou duvida de si mesmo… pois bem… duvidar de si mesmo é humano, vivemos uma experiência complexa, se você chorar torna-se menos mulher por causa disso? Se delicadeza fosse fraqueza as flores jamais cresceriam.


Em meu caminho já questionei qual meu papel como homem e isso me trouxe muitas dúvidas, hoje questiono qual meu papel como ser humano, e ao perceber o valor da consciência como uma chama a ser protegida e alimentada se tornou mais que uma resposta, se tornou uma experiência, e passar adiante se tornou um dever com a vida.


Apenas ao nos depararmos com nós mesmos e nossa condição real e imaginária é que podemos ser um suporte e um consolo a nós mesmos, e um oasis para os outros.


Brunno Germani Daminelli

 
 
 

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