Entre as pedras de um moinho
- psificando
- 5 de ago. de 2024
- 2 min de leitura

Há momentos em que nos encontramos nas mesmas encruzilhadas, e que o mesmo ideal insistente e resistente nos obriga a caminhar na mesma direção com uma certa digressão que distingue de todas as outras vezes mas ainda assim é sentida como se a mesma batalha estivesse sendo perdida, como se a força e experiência adquirida ao longo do caminho fossem meras ilusões.
Vivemos em um mundo de espelhos, refletindo ecos do passado, sua voz profere as mesmas palavras que ouvira como se fossem suas, junta elas como se pegasse na despensa todos os ingredientes e faz delas a salada da madrugada, se atormenta e se espanta em uma gargalhada abismal.
Bote uma colher de mel na sua boca, lamba a tigela e se entregue ao prazer que negas pelo medo de ser demasiadamente humano, domine seu caminho como dominaste aquele corpo que um dia possuíste, após tantos estragos e remendos que te fazem Deus, Homem, Maquina e Animal perfurados por uma única lança.
Arrancados de nossa natureza e expulsos do paraíso, o que nos resta é aprender a submergir e emergir, após tantas pernadas em praia rasa conquistou a confiança para se deixar afundar nas profundezas sem ao menos saber se vale a pena, pois a pena já não é tão leve, e apedra que afunda não mais tão pesada assim.
Arregasse suas mangas e mostre os seus ombros queimados ao sol, retire suas meias e caminhe sobre a lama, entre o céu e a terra reina apenas a incerteza, e nós meros mortais cheios de certeza, ingênuos como uma criança que te olha no fundos dos olhos e sorri, encarando o demônio e sem nenhum medo o chamando pra brincar, lúdico ou lúcido ?
A intolerância e a ganância o torna ignorante, é preciso aprender a perder tudo para merecer sentar-se aquela mesa e servir-se da vida, para mais uma vez comer da mesma salada, lamber a mesma tigela, submergir e emergir, pela primeira e última vez, jogar-se entre as pedras de um moinho, se refinar e com o vento deixar-se ir.
Ao finalizar este texto me recordei de uma música que faz cada vez mais sentido, como crianças e adolescentes deixamos passar poemas pois eles só fazem sentido com a vivência terrena, então:
E deixo um dos vídeos que retratam bem a beleza e complexidade ser simples e autentico que me tocou bastante:
Comments